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terça-feira, 21 de junho de 2011

Conversa de dois

E enquanto ela mordia a maça escorria em seus lábios o gozo da felicidade. Mas aquele líquido não lhe pertencia, era apenas a serpente da ilusão oferecendo o que parecia um sonho, mas se resumia em pecado.



E quando te vejo, seu olhar me incandesce, sua boca me adormece
 Seu cheiro me entorpece
 Em cada afago de mel que seus olhos ousam transpirar por mim
 Vejo q a sombra detêm-se a horizontes serafins



Teu sorriso é composto pelo dom de titubear
Titubear o meu falar ao enxergar o teu olhar
Expressando alguma duvida, ou uma incerteza. Será?
Quem és tu, caro passante, que agora insiste em ficar?
Se me comprometes, não respondo, apenas continuo a jogar...


E é na tua voz que eu me encontro, desfaço, refaço. Talvez, seja a beleza com que tu me encontras de tal maneira que chego a sentir-me mais eu.  Transpassando o teu sorriso e por vezes a seriedade com que me olhas. O flerte da aurora, doce aurora encandeada, faz-me querer por te descobrir, faz-me viver o que em ti sinto também está em mim. O que nos espera? Não sei, mas alegria de ver-te parece-me talvez acalmar o ser


A vez da minha voz se cala diante da sua
Donde tiras tamanha jazida regada de esplêndido entardecer?
Quão profundo é o grotão que insiste em nos mover
Ora aqui, ora ali, ora fico sem entender
Será que sei o que é isso, será que tenho o direito de saber?
Ou apenas devo seguir, sorrir e deixar a coisa acontecer?
Por que exigir respostas se elas estão descritas no seu olhar?
Intenso, falante, expresso a me fitar.
Sem deter o tempo deixo correr, até que o próximo verso me faça amar ou sofrer...

quarta-feira, 8 de junho de 2011

Abre aspas.


Esse calor custa-me a sair. Também não o faço por deixar-se ir. Quero que cubra-me, resguardando a essência que tenho a trilhar e a conquistar caminhos. O merecimento faz-se pela disciplina. A atitude é uma palavra feita de segundos. O caminho a trilhar é grande, mas ao deparar-me com a beleza e glorificação, diga-se apoteótica, dos que passaram, dizendo-me que por meio de sua trilha a dúvida de minhas aflições achará caminhos encadeados. Meus olhos brilham, meus poros abrem-se e minha respiração ofega. Sim, a experiência de Clarice reforça-me a fé e eu insisto em querer o mais difícil. O fácil é rima dos fracos.