sábado, 15 de setembro de 2012
Concreto e tijolo
Cá estou, agora acompanho o tempo. Tateio por várias cores. Abro-as e não vejo os sonhos do passado.
Dentro delas agora é só concreto e tijolo. Mas, percebo a semelhança dessas placas com os grãos de areia da praia que todo os dias são banhados pela água que o sol e a lua alquimiam. Há sim, beleza nisso. O sorriso de ver que as mesmas linhas que desenham os tijolos e o concreto também estão a desenhar o mar, o céu, a areia e o beijo sem pretensão de ser beijo.
Passeio pelos poetas, ouço as músicas e a mensagem é clara: seja simples. Comece pelo começo, e se não conseguir inicialmente enxergá-lo, levante a cabeça, procure por um calendário e conte os meses. Depois, vá continuando. Com as ressacas de arrepios na escuridão acesa unicamente pelo reflexo da lua no mar calmo e você lá fitando o atlântico, de branco no barco que ninguém na praia consegue ver.
As vírgulas ainda continuam no lugar certo. As letras, embora que menos frequentes, ainda continuam no mesmo lugar. E os seus olhos de ressaca não estão a olhar mais para a objetiva. Agora, quando olham, vagueiam misteriosos no intenso, falante e expresso a fitar.
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