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quarta-feira, 29 de outubro de 2014

do mundo [eu]

humano
[crescimento]
deparar-se que o eu é concreto
mergulhado na imensidão
do etéreo

de pensamento é pedra
dos caminhos infinitos
a maré rebocando que se pode segurar é o eu
a água ricocheteando em si mesma depois de uma maré rebocada é o mundo

loucura
banhe-se dela
antes que anoiteça para quem é de sol
ou antes que amanheça para quem é de lua
no final,
lua e sol são a força da maré rebocando que se segura
enquanto se dá um sorriso de felicidade
gerou vida
.

quarta-feira, 15 de outubro de 2014

quando palavra hoje

meu amor, dê-me um abraço, acalma esse coração.
respira. sente o tempo cotidiano. não tome esse goles de água exagerados ansiando pelas lágrimas a jorrarem. usa teus olhos para ver os milagres cotidianos. deixa-os voar, deixa-os respirar pausadamente e aproveita a visão que te foi dada.
acalma esse coração.
hora de ir ao mar. tomo um banho antes? preciso tirar os miasmas. o mar exige desnude físico e mental. já sinto uma inquietação. o mar me chamo e meu corpo se arrepia feito onda a ir e voltar jorrando por todo o meu corpo o físico de suas abstrações inerentes em toda a minha pele todo o meu pensamento. eu te amo mar.
acalma esse coração.
tranquilo, baby.

segunda-feira, 13 de outubro de 2014

quanto até quando?

daí que eu me sinto lá em baixo
velho
cansado
sem fome
com os olhos baixos
nadando em direção ao centro
abrindo panos escuros
com o estômago embrulhado
e vem,
numa tentação irresistível de ir afundando
no fim do dia
pressentindo
olhando tudo isso
perguntado
voltando para as músicas
continuando para as músicas
esgotando a capacidade
anos, pouco tempo, passou um trem de muito
silêncio.
quanto até quando?

terça-feira, 7 de outubro de 2014

relâmpago nº2

vamos transar. sabe o que é, vou morrer. quando transo sinto que vou morrer. morte de desintegração de cada parte, morte de expansão. para morrer é preciso estar disposto. coloque o sexo que faço contigo em cima d'uma pétala de lírio para observar a matéria prima fazendo poesia, para observar a vida sendo amiga da morte, e eu me desintegrando a cada chupada que dás em meu pescoço. deixa eu gozar enquanto você se desintegra. adstringe as tuas roupas e vem gemer sem medo de que eu te faça morrer. tu não vai morrer. serás co-existindo comigo, ao mar de sons em meu ouvido. curando-me pelo meu cu. postando nossas salivas numa ressaca de ondas pelas dobras de nossos ombros, nossas cinturas, nossa bunda. suor que dessaliniza as palavras do cotidiano que nos aflige. eu gozar você. divida com vírgulas agora a frase anterior. e finja que meu pau tem o nome da palavra mediana.

você gozar eu
gozar você eu
eu gozar você
eu go zar você
vo cê go zar e u
voe go cê u
ucê evo go
goucêevo
você gozar
eu gozar
gozar.

relâmpago

sabiás estavam na ladeira enquanto escrevia com um lápis HB mais um eu te amo, no final de uma mensagem de verão. sabia que estava cansado de escrever aquelas letras, estava cansado de ver a minha caligrafia impressa naquele papel, mesmos signos. queria mudar os caracteres, ficar mais leve. parar de escrever "e", "u", "t", "e", "a", "m" e "o". Outras letras, um "f" talvez ou um "g". a sensação passe ou estou cansado de amar você. retorno de sílabas tônicas com aquela Vodka de noventa reais que você comprou logo no começo, quando só pensava em me foder. queria você agora sem precisar escrever um eu te amo que, provavelmente o tempo se encarregará de jogar fora.