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domingo, 20 de fevereiro de 2011

Banalizou foi tudo

A informação foi banalizada.Ou melhor,o conhecimento foi posto a preço de banana.Isso é globalização como diz a velha música da campanha que todos os anos a emissora de tv Globo apresenta à grande massa,assídua de seus programas.
Felizes foram aqueles que puderam contemplar todo o sabor da frase ao dizer eu te amo,estas pessoas eram privilegiadas,nessa época não existiam redes sociais onde no mais curto bate papo já se é apresentado toda a qualidade de adereços com os dizeres do amor.
E não só ao amor se restringe a displicência da rapidez de informação.Livros são esquecidos em prateleiras empoeiradas enquanto na internet,o vazio de informação é discutido entre pessoas cheias de argumentos,afinal assistem televisão.
Em meio a tanta 'informação',é preciso procurar - e muito - sites,livros e revistas que realmente tenham conteúdo significativo.Pois com a variedade de milhões de resultados,apresentados pelo Sr.Google,é fácil esquecer que por trás desses resultados houveram pesquisas que muitas vezes levaram anos para serem completadas e apresentadas a nós de uma forma acessível,para assim tentarmos compreender a dinâmica natural da qual estamos inseridos.
Feito isso,poderemos saber o que estamos falando e quem sabe,voltar a perceber valor em pequenas palavras ou simples gestos comunicativos pois só assim conseguiremos aproveitar de forma plena os benefícios da globalização.

sábado, 19 de fevereiro de 2011

tem nada mesmo,vâmo estudar.

     As aulas começaram e com elas também começaram os horários de estudos,já normais para mim,claro,depois de dois anos nesse mesmo esquema,a coisa se tornou natural.Quatro horas por dia,divididas em pares,será que é preciso tantas horas para um curso do qual o diploma não é mais exigido ?
     Sinceramente,eu não sei,e pouco menos me interessa saber.Já estou seguindo nessa a dois anos,então não vai ser agora,no ano chave que eu irei dar-me o luxo de fazer tudo o que eu não fiz,não por falta de vontade,nesses últimos dois anos.
     É revoltante isso,sério.Não me aparecem pessoas,lugares e qualquer outra ocupação que seja para me desviar da pilha de apostilas e livros que estão organizadamente empilhados para darem a sensação de nerdismo,essa de que eu tanto corro.A não ser a televisão,amiga de todas as horas,e o PC,claro,amigo de todo nerd.
     E eu me pergunto o porquê de não gostar de medicina,seria a casadinha,me matava de estudar mais ainda e pelo menos compensava .Num vou nem ficar falando muito,vai que acontece alguma merda,e pronto,mariazinha preá morreu.
     Mas,vamos em frente que atrás vem gente.Último ano,uma nova fase vai chegar,uma nova jornada vai começar POKÉMON ! e talvez,quem sabe,essa minha vida não anda de vez.

domingo, 13 de fevereiro de 2011

crônicas de um sedento - Parte Um

     Ele não escrevia bem,para ele sua escrita era sinônimo de tentativas,algumas vezes sem gosto,outras vezes,provocantes.Mas,em todas essas,era ele o maior crítico de seus textos.Usava da grosseria,um instrumento divino para a formação de suas palavras.Grosseria que se expressava em pensamentos rápidos,quase fugidios,como ondas que carregavam a grandeza de atingirem a sua majestosa beleza mas que  logo quebravam-se para dar lugar a outra rajada de ventos dos quais também formariam outras ondas,de outras intensidades e finesas.
     A busca por palavras era sempre constante,seu sorriso se enchia de beleza ao deparar-se com seus melhores textos,pois neles via o fruto de seus pensamentos solidificados,mesmo que fossem em uma fraca folha de poucos milímetros de espessura.Mas,quase no mesmo instante,depois de acabado algum de seus filhos,sua inquietação voltava a manifestar-se.Necessitava de escrever,essa era a verdade.Mesmo que fossem letras mal coesas e desconexas.Era disso que alimentava-se,sorrateiro sempre fazia tentativas de observar algum resquício,algum gesto que lhe proporcionasse uma nova clareza de idéias,pois sabia ele,elas estavam ali,adormecidas,apenas esperando um pequeno rugido para acordarem sedentas.
     Declarava-se totalmente desnudo quando seus dias ficavam inertes de leitura.Precisa ouvir a beleza de outros,que assim como ele,buscavam constantemente uma forma de expressar suas dúvidas,concepções ou incertezas,de forma lapidada e concreta.
Sim,uma de suas maiores verdades era a da solidez do pensamento e volatilidade da matéria.Era uma prova de existência,ao pensar,dizia ele,concentra-se uma força tão concreta quanto a de uma colisão de dois glóbulos maciços de vidro.
     A grande quantidade de blocos,infestados de palavras,refugiadas num recanto de sua oficina,davam-no a idéia de acepções livres.E poderiam até ser,para outros sem conhecimento de seu contexto interior.Sabia que aquela grande quantidade de celulose ali,misturada com o pigmento de sua caligrafia,não estava abandonada,ali elas estavam por que eram o fruto de seu treino,pois,assim como um lutador de box esculpe seus músculos fazendo exaustas e repetitivas séries de exercícios,seus caderninhos esculpiam aos poucos suas determinadas e adormecidas teorias.