Afigura-se assim, o mundo exige uma postura de sangue coalhado. Escrever aos impulsos da escolha das palavras do pensamento tem sido o relaxante natural desses dias de realidade arquetípica. Vem Vênus, incólume num palacete azul-dourado a perguntar-me o porquê das coisas e eu, simplesmente, respondo com um outro porquê. É assim que a vida vem levando aos montes, por trilhas de tijolinhos amarelos e penhascos aterradores de impulsos nervosos consubstanciados pelos sonhos de uma noite que apesar de dormida em uma constante pelas horas, deságua numa inquietante manifestação de deuses corrompidos.
Contraindo as veias e deixando o suor expelir-se pelos poros disfarçados, absorvo as perguntas de seres não reconhecidos em suas realidades mas enfrentados no momento típico de uma rotina diária que se derrama pelos dias semanais. Viver é como escrever a sangue frio e, quando digo isso, digo mais pelo impulso inconsciente que o ajuntamento de tais palavras elabora e liquefaz em minha escrita do que pela constatação da pressuposição contida na frase em si; e talvez seja. Afinal, as significações de palavras e atividades nascem influenciadas por nada mais que isto: dores, vivências e os dissabores de uma solução dada num recorte estimado de temporalidade.
O que faço agora é tocar o play do youtube e deixar os ouvidos abraçarem os esquadros da Adriana. Adiei a música pouco antes do começo dessas palavras, muito mais pela necessidade de desaguar na escrita ao invés de esperar pela conexão do rolar da letra, do que por uma atribuição de um sentido metafísico para a construção desses fragmentos, embora também assim o seja. Eu ando pelo mundo.. e meus amigos... cadê minha alegria? meu cansaço? meu amor, cade você?
Texturas são ventos que perderam o caminho do atlântico. Toquei uma ou outra pedra. Esbarrei em gente numa avenida qualquer da cidade. Tudo isso na senhora tempo, que muda todos os dias embora nunca envelheça, foi Caê que falou. É nesse verdadeiro detergente com água e sabão em barra que encontrei, entre esses caminhos sorrateiros que você acha que nunca vai entrar, que olhei algo precioso e até marco para novas rotas. Olhei foi gente, olhei corações e simplicidade. Dica: paradoxal o mundo, gente de carne, osso e sentimentos destrói e constrói o mundo e é essa gente que faz o mundo valer o centavo gasto com livros, xerox, bebidas e lápis para desenho.
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