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segunda-feira, 25 de novembro de 2013

eu te amo

Ela não dá boa noite, nem o beija, muito menos dispende horas de conversa com ele, são minutos entre barulhos de talheres e goles auditivos de xícaras de café. Os dias se passam, embora não se passe um só dia em que ele não chame pelo seu nome para que ela cumpra com seus deveres de cuidado. Comunicam-se pelos números informativos do dia de ir pegar a aposentadoria no banco, das horas e minutos dos remédios e chazinhos ou pelos números dos canais da televisão. Com as mãos ela diz eu te amo, com as mãos que massageiam suas costas cheias de comichão e enxaguam seu corpo, com os dedos que pigam as gotas de colírio, com a roupa devidamente passada, com a palma que verifica a temperatura da papa. Os dois dormem, e ela diz eu te amo todos os dias.

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